Relato dos últimos dias de vida de Jonas Savimbi, denúncia de uma traição ou mero ajuste de contas? Qual destas características se adequa melhor para descrever o livro – Memórias de um Guerilheiro – que o actual líder parlamentar da UNITA, Alcides Sakala, lança hoje à tarde na Fundação Mário Soares, em Lisboa?
São três anos e meio de memórias, que se iniciam em Dezembro de 1998 e que terminam em Março de 2002, quando representantes do Governo de Angola e da UNITA decidiram pôr termo a quase três décadas de guerra no país, dias depois da morte de Jonas Savimbi.
“Fizemos da morte em combate do Presidente Savimbi uma oportunidade para a paz”, escreve Alcides Sakala, que fez parte da coluna que acompanhou o líder da UNITA nesta espécie de recriação da “longa marcha” que a guerrilha percorreu após a Independência, em 1975. Só que desta vez, havia uma diferença substancial: em vez da Jamba, esperava-os uma decisão. Que fazer?